Bom gente, estava eu a ler nesse sábado de madrugada, e achei um texto interessante, de opinião que eu concordo e algo bem pertinente. Então eu quase morri digitando e vou postar aqui:
Parem o Mundo que eu quero descer!!!
Meu público é eclético. Dos oito aos oitenta, homens,mulheres,homossexuais, celibatários, médicos, policiais, presidiários, professores, psicólogos, muçulmanos, evangélicos, católicos, bispos, etc... Deve até ter leitor meu que gosta da Banda Calipso. Então, precisamos conversar sobre o papel de cada um nesta indústria vital chamada planeta Terra. Como filhos, precisamos ser mais tolerantes. Como pais, precisamos ser mais esforçados. Como professores (e todos nós somos professores de alguém, em algum nível), precisamos estar mais abertos a aprender coisas novas. Como alunos precisamos ir mais além, sempre. E , é muit importante falar isso agora, como membros da sociedade, precisamos ser menos permissivos, menos tolerantes, menos passivos e nos sentir menos culpados.
Eu devo ser mais velha que o Raul Seixas que nasceu há dez mil anos atrás, mas ando meio horrorizada pela forma como adultos vêm lidando com crianças e adolescentes. Quando eu era pequena, apanhei na escola. Quando cheguei chorando pro meu pai de noide, ele, vendo televisão, perguntou :
- Era mais de um?
Confusa, eu respondi que não. Então ele disse:
- Então vá lá e bata de volta. Quando for mais de um , me avise
E foi assim que aprendi que a vida lá fora é uma selva.
Bati. Bati em um, em dois, em três. Às vezes eu corria, porque o oponente era maior, mas aprendia diferença. Bater ou correr. Pedir ajuda apenas quando preciso. Isso serviu pra vida toda. Aprendi a respeitar meus professores ou qualquer pessoa mais velha. Mesmo que elas fossem meio loucas. Hoje, eu vejo leis e mais leis proibindo que se toque num “menor”. Olympe de Gouges, uma personagem real que faz uma aparição em Alcatéia, militava pelos direitos da mulher, inclusive para votar. Segundo ela, se uma mulher podia ir pro cadafalso, ela também podia votar. O mesmo deveria valer para todo mundo. Se alguém pode prejudicar, mentir, pegar numa arma, furtar, vandalizar, atropelar alguém, destruir propriedade alheia, independente da idade, também pode sentar no banco dos réus e responder pelo que fez. Ser criança ou adolescente não deveria ser um passe-livre para fazer qualquer coisa.
Crianças e adolescentes precisam de limites. Ninguém está dando. Subitamente, tornou-se urgente protegê-los. O problema é do quê. Não podemos protegê-los da dor, da tristeza e da perda. Isso faz parte da vida. Não podemos protegê-los da verdade de que suas ações vão voltar para elas de alguma forma. Precisamos ser mais duros. E, quer saber? Politicamente incorreta dizem que sou, politicamente incorreta serei! Umas palmadas nunca fizeram mal a ninguém. Uns tapinhas na mão ensinam rapidamente o que não se deve fazer. Sentar e falar a verdade pode ser muito mais inteligente a longo prazo do que encobrir as falhas dessa crianças e adolescentes com desculpas como “ah, criança é assim mesmo!...” e “Foi uma vez só...”. Se deixarmos que nossas crianças e adolescentes façam tudo, se deixarmos que elas respondam mal educadamente, chutem o cachorro ,e manipulem descaradamente os que os amam, teremos adultos abusivos e de difícil convivência. Pela Lei Universal, eles atrairão gente na mesma sintonia, tornando as vidas de um monte de pessoas muito complicadas. Até encontrarem alguém que ouviu “Vá lá e bata de volta”... E ao invés da sala da diretora, podem ir parar na delegacia ou hospital mais próximo.
Cada vez que vejo pais deixando seus filhos se comportarem como quiserem, incluindo deixá-los manipulá-los, gritar, espernear e mandá-los calar a boca, tento controlar meu pânico dessa geração de monstros e pensar que isso pode ser um fato isolado. Tento pensar que há mais pais coerentes do que pais que se deixam levar pela culpa ( porque não encontro outra explicação para criar pessoas mimadas e deixá-las acreditar que podem tudo).Mas aí vejo que esse tipo de gente está por toda parte! Pior, alguns estão em posições onde podem atrapalhar.
Em maio, enquanto escrevo essa Wicca, vejo uma pequena confusão com a menina Maisa e Silvio Santos ganhar proporções ridiculamente grandes aos olhos de um membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo, João Carlos Guilhermino da França. Num resumo da ópera, pra você que não tem You Tube e não assistiu a confusão, Maisa, de seis aninhos, uma boneca de linda, apresentadora de um proframa, bateu boca com Sílvio Santos, que já deve ter quanto, mais de setenta, pelo menos. Ele a provocou e ela saiu chorando. Mas aí ela voltava. Aí ela ia embora dizendo que ia pra escola. Aí ela voltava. Aí ela ia denovo, só que dessa vez bateu com a cabeça na câmera. Que me perdoem os leitores mais sensíveis, mas eu sou aquela que vai rir quando alguém escorregar numa casca de banana. É claro que eu ri! E duvido que o resto do país não tenha rido
Mas para João Carlos Guilhermino da França, as cenas são o suficiente para que o Ministério Público entre em ação. Diz ele:
- Vou acionar o Conselho Estadual para que denuncie a exposição dessa menina. Isso é um absurdo, é um crime. O MP já deveria ter se manifestado. O programa tem que ser tirado do ar de imediato, essa criança tem que ser protegida da violência psicológica a que está sendo submetida.
“OK”, pensei eu. Deve ser um caso isolado. Esse cara, com certeza, não tem mais nada pra fazer, já que não há mais nenhuma criança sofrendo abusos, ou cheirando cola nas esquinas de São Paulo, ou sendo prostituída, ou sofrendo bem mais do que violência psicológica por aí. No mundo dele, estes problemas estão resolvidos. Bom pra ele. Mas ninguém vai fazer eco, porque ninguém é maluco. E, para minha supresa, leio em matéria do Globo On Line que “ o presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente do rio também ficou chocado com as imagens que viu”
- Ela aparece em situação de sofrimento, denotando ameaça a seus direitos fundamentais, especialmente a integridade psíquica – disse Carlos Nicodemos, membro da OAB/RJ: - Gostaria de saber que fundamentação o juiz usou para autorizar uma criança de seis anos a trabalhar.
Nessa hora eu tive que levantar da cadeira e dar uma corrida pela casa, gritando para pararem o planeta que eu quero descer!!! É serio que essas pessoas estão pensando isso???
Mesmo??? Crianças trabalham pelo mesmo motivo que todo mundo trabalha. Porque precisa. Porque não têm escolha. Algumas , raras, porque gostam. Para estas, o trabalho é gratificante, pois em sua sabedoria, sabem que servir é uma dádiva e por isso se prontificam a ajudar pais, mães e professores em suas tarefas. Essas serão seres humanos fantásticos.
Agora se continuamos insistindo que trabalhar é degradante, humilhante e contra a lei, é com essa mentalidade que elas vão crescer. É com a mentalidade de que tudo deve lhes ser dado de graça ou com desconto de 50%, pelo menos. Poderemos sustentar um país de pessoas para quem trabalhar é errado e levar vantagem é mais que natural? Teremos que abrir mais vagas para o Congresso.
Mas o ministério Público tem razão. Crianças serem obrigadas a trabalhar, perdendo sua infância e comprometendo o rendimento nas escolas (apesar delas saberem que passarão de qualquer jeito com o novo método de aprovação automática) é absurdo. Infelizmente , nem todas trabalham na TV como a Maisa. A maioria vende chicletes, pega no pesado na roça ou é comercializada como uma mercadoria por todo o território nacional. Por isso, não posso concordar com esse barulho todo por causa de uma criança que deu uma testada numa câmera que simplesmente estava no seu caminho, que chorou uma semana antes porque se assustou com um monstro, e uma semana depois porque o Sílvio Santos a chamou de chorona e medrosa. Uma criança com tanto expediente que quando lhe perguntaram se tinha chorado porque tinha medo de monstros, ela respondeu que não.
- Não tenho medo de mosntro! Tenho medo de maquiagem!- respondeu ela.
Enquanto houver crianças esmolando em cada esquina ou sendo prostituídas, pro favor, não há quem me convença que Ministério Público não tem mais nada pra fazer a não ser aparecer no jornal dizendo que vai gastar tempo e verba pra fazer uma coisa inútil.
Tudo isso foi para chamar a atenção para o caminho que estamos trilhando. Vamos olhar bem para a sociedade que estamos construindo. Vamos olhar bem para a sociedade que estamos construindo. Quando as Torres Gêmeas caíram, fechando um ciclo bizarro entre Estados Unidos e o Talibã (apoiados e armados pelos EUA contra a União Soviética em outros tempos), um monte de gente disse “Bem-feito!”. Bom, o vento que venta lá , venta cá. Não permitamos que, no futuro, digam o mesmo da gente. Vamos ser uma sociedade que educa.Vamos, cada um de nós , ser um bom exemplo que possa ser seguido. Alguém já disse que você pode ser o único livro que alguém irá ler na vida. Seja um bom livro!
– Texto por Eddie Van Feu, publicado na Revista WICCA 55 – AMAZONIA -
Editora Modus, 2009
2 comentários:
atoron o perigon da eddie o/
realmente , tapinha naum mata ninguem , ensina mais rapido.
claro que a ocnversa tem efeitos maiores , mas a longo prazo néam
atonreim a foto XD
Não ta muito diferente da minha visão...
Acho que as coisas tem que se assim mesmo, se fez paga, se tem consiencia pra certas coisas arca com as consequencias.
Mas nossos cumpridores da lei são meio lesados...
gostei mt do texto ^^
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